de tudo a nada

é engraçado como alguém pode ser tantas coisas 
de um alguém para um nome para um título para um ex alguém, algo que você nem menciona nas conversas, algo que quem te conhece agora nem sabe. E o alguém virou algo por vezes mencionado, como os outros caras que já beijei, como "aquela vem em que eu queimei o espremedor de laranjas no primeiro uso''
você senta no cinema e percebe que talvez o mais próximo de contato que vocês podem ter é se algum dia ele se sentar na cadeira 2 09 da sala 3. Você não pensa que ele tá no Japão. Você não se pergunta se ele pensa em vc. você não pensa mais nele antes de dormir. Nem durante o banho: você não pensa. 
Sua amiga te diz que ele postou um story onde parece um mendigo e você não vê. 
você encontra pessoas da vida dele e você não pergunta nada. você nem sente vontade.
você observa a saudade diminuindo, sumindo, e pensa em como faria pra explicar se te perguntassem se ainda dói. como explicaria que a dor agora é como a de um osso que já foi quebrado, um braço, uma perna, cujo gesso já foi removido mas ainda incomoda quando o tempo esfria, uma dor leve que te lembra que aquele osso já esteve quebrado um dia ( mas também te lembra que ele não está mais). 
Você nem precisa pensar nisso: ninguém te pergunta se ainda dói. ninguém te pergunta se você ainda pensa. porque passou

porque seus olhos já dizem que não 

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