fim (da noite, não de nós)
Foi no fim de uma quinta-feira que eu percebi.
Andava na rua como quem foge a lua, com as costas machucadas de tanto cair e o cabelo cortado de tanto testar.
Sentada no ponto de ônibus, de hora em hora passavam pulsos e nucas. A gente sempre acha que vai sobrar mas nunca sobra, sempre acha que não vai precisar, mas precisa.
Tinha tudo. Tinha o veludo, a mala, as rosas, os cães e os pássaros. Tinha a escolha e me escolheu.
Foi em uma quinta-feira muito antes dessa que eu percebi que tinha peso e a minha escolha tinha cor, som, textura e cadeado.
E foi com o arco e a flecha na mão, o alvo na testa e a corrente no pé que eu percebi que você não podia mudar a única coisa que eu mudaria em você.
Comentários
Postar um comentário