guerreira da sua paz II
Você algum dia lutou por mim?
Te martirizei. O chapéu de bruxa que de bom grado eu vesti, a fogueira onde de bom grado eu entrei. Pela sua paz.
A espada quebrada que ainda seguro corta minha veia basílica. Eu sangro porque eu quis
Eu
sangro
porque
eu quis.
A guerra eu contra eu, que eu fiz por você, que eu escolhi perder, que você achou pouco. Vamos falar de pouco?
A banheira de sangue que eu encho para chamar a sua atenção transborda e escorre pelos andares do castelo, há filetes de vermelho nas paredes porque você gosta de vermelho.
Você disse que nunca faria isso, mas você ia.
Eu me anulava por você
e você ria.
Eu comprei todas as suas brigas.
Onde você achou tanta paz? Como conseguia?
Eu desço do meu cavalo e te acompanho a pé
Você parecia bom. Você parecia homem ali.
O sol batia no seu cabelo e ele mudava de cor. Sempre elogiei muito os seus dentes, simétricos como os portões de um castelo.
De repente tudo de você me amaldiçoa.
Não tem parte um. Um texto não escrito não é um texto, não importa o quão mastigado e digerido.
Não tenta me fazer acreditar que você não está acordado às 23
Não tenta me fazer acreditar que vou te encontrar aos 25.
Um dia eu te perguntei se você se relacionaria consigo mesmo. Você respondeu que não mas ficou ofendido demais por eu ter feito a pergunta. Nada pior no mundo do que um homem ofendido.
Você sabia que você não era a resposta certa mas você queria que eu errasse.
Você sabia que eu lutava por você mas você queria que eu morresse.
E o príncipe com o qual qualquer menina sonha
Havia mesmo de pertencer a qualquer menina.
Faz sentido, o mundo é justo
um pra um, mas dois pra ti
Geralmente a gente admite que fracassa.
Você é um péssimo samurai.
(Obs: a um tempo atrás, não muito tempo atrás, eu te disse que nunca te odiaria, independente do que acontecesse. Eu acreditava que você tinha exercido um papel importante na minha vida que ultrapassa a linha do moral e que, estando comigo ou não, eu sempre ia te amar justamente por você ter sido em algum momento essa pessoa para mim. Porém, agora, pensando no que você fez, e em como fez, em como orquestrou tudo e nas palavras que escolheu usar, na sua incapacidade de me ver como pessoa enquanto eu não fosse a sua pessoa, e dentro de uma análise que pareceria viagem para alguém que não te conheceu tão bem quanto eu,
eu acho que eu te odeio sim.)
Comentários
Postar um comentário